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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Quem disse que devemos usar máscaras o tempo todo?

E eu não tenho nem um pouco de medo de passar vexame. Quem disse que devemos usar máscaras o tempo todo? É essa capa que marginaliza o ser humano – o fato de não aceitarmos que temos defeitos. É a busca da perfeição que torna o homem menos feliz. É por isso a depressão, a bulimia, a anorexia, os suicídios e tantos outros males que jogam a humanidade à margem da tão sonhada e desejada felicidade. Estamos insatisfeitos com a celulite, as estrias, aquela barriguinha, a calvície, o excesso de peso: a nossa imperfeição. Queremos sempre parecer bonitos, ricos, felizes e “becados” em grifes caras como se só isso bastasse – senão a nós, mas aos outros que são aqueles que nos fitam e criticam o tempo todo.
É essa máscara criada pelo consumismo do mundo moderno e são esses falsos amigos vindos de vidas virtuais que não nos olham no olho, mas nos cutucam quando não estamos na moda e que subtraem de nós o que há de melhor: os defeitos! Daí o fotoshop que mascara as nossas curvas malfeitas e as nossas marcas reais. Daí as cintas e chapinhas, as nossas roupas falsificadas e as bijuterias que mistificam e perpetuam o que não somos: FEIOS! Animais bípedes e eretos graças às adaptações e seleções naturais. Não fosse essa tal de evolução e esse medo terrível, apesar de sermos seres sociáveis, de viver em sociedade e por ela sermos avaliados, seríamos mais felizes porque assim, sairíamos por aí com uma roupa qualquer, um perfume qualquer – talvez até mesmo sem roupa como fazem os outros animais. Mas não, temos que estar bem o tempo todo, fingir felicidade a vida toda... Como se fôssemos imbatíveis, incomparáveis, belos... COITADOS de nós, os homo sapiens... Vivemos num mundo de fantasias e nem nos apercebemos disso. Essa falsa impressão que fica para os outros e nos faz sofrer naquele diálogo diante do espelho. É por isso o choro, por que sempre haverá um momento, um minuto, em que as máscaras caem... Sempre haverá um segundo em que ficaremos nus diante das nossas falhas e eu sei que é comum mentir para o outro mas também sei que é quase impossível fingir pra si mesmo.
Por isso eu passo vexame mesmo, não uso maquiagem e só faço a chapinha de ano em ano, compro calça com número maior pra não sofrer com o aperto que esconde as gordurinhas, faço compras no Ver-O-Peso sem dor na consciência e quase nunca gasto mil reais numa única blusa. Não escondo as espinhas, não uso calcinha com enchimento e nem sutiã com bojo. Odeio cinta e respiro sempre que posso. Choro quando sinto vontade e não tenho medo de ser criticada por isso... tenho barriga e não faço lipo, nunca fiz tatoo pra cobrir cicatrizes ou estrias e não escondo as minhas manias... Essa sou eu e daí? Pelo menos posso olhar para aquela foto do perfil e dizer que o meu sorriso é lindo apesar da boca ser muito grande, o lábio demais carnudo e os dentes amarelos e tortos.
Eu não preciso de uma foto tratada por profissionais para mostrar ao outro, a pessoa que eu não sou.  Ninguém consegue usar maquiagem o dia inteiro. E quando você achar o grande amor da sua vida? Ele vai dormir e acordar com você, lembra? O pó compacto não dura mais que meio dia - nem a base, nem o blush, o rímel... Eu sei que é difícil, mas a gente vai ter de encarar! Vamos vê se valorizamos outras características que não sejam apenas físicas e materiais. Vamos vê se aprendemos a sorrir mais, o bom humor torna a gente muito mais bonito. Vamos vê se estudamos mais, a inteligência é algo magnífico e traz amores fieis. Vamos vê se nos educamos a ser mais gentis, a gentileza é fundamental e chama a atenção. Não custa nada tentar... Sorria, chore, passe vexame, use mais o cabelo solto, a camisa básica, a calça jeans desbotada. Ponha um nariz de palhaço, faça as pessoas ao seu redor felizes. Ame-as. Cuide da sua fé, da sua coragem, do seu afeto... é isso... É isso que torna o ser humano mais perfeito e muito, MUITO, mais feliz!
 (via: http://www.joanavieirapontocom.com/ )

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